Igreja: A origem do termo

📜 Origem na Grécia Antiga No grego clássico, ἐκκλησία (ekklēsía) era uma palavra composta por: ek (ἐκ): "para fora de" kaleo (καλέω): "chamar" Ou seja, literalmente, significava "chamados para fora" — mas seu uso prático era mais institucional: ✅ Significado político: Na democracia ateniense, a eklesia era a assembleia dos cidadãos com direito a voto. Era o órgão soberano do governo democrático, onde os homens livres discutiam e decidiam assuntos públicos — leis, guerra, paz, finanças, etc. Era uma instituição inclusiva (dentro dos limites da cidadania grega) e deliberativa: as decisões da eklesia moldavam a vida da pólis (cidade-estado). ✝️ Uso no Cristianismo Primitivo Com o surgimento do cristianismo, os autores do Novo Testamento — especialmente Paulo — adotaram o termo eklesia para designar a comunidade dos crentes em Cristo. ✅ Significado teológico: Refere-se à igreja, não como edifício, mas como comunidade espiritual dos “chamados por Deus”. Pode significar tanto: uma igreja local (por exemplo, "a eklesia de Corinto"), como a igreja universal, composta por todos os cristãos. 🧠 Implicações: O termo não implica hierarquia formal: é uma assembleia de iguais, unidos pela fé. Substitui, em muitos sentidos, o papel de “Israel” como povo de Deus — agora ampliado e espiritualizado. 💡 Resumo Termo Eklesia (ἐκκλησία) Origem Grécia Antiga Etimologia “Chamados para fora” Uso clássico Assembleia democrática de cidadãos Uso cristão Comunidade dos crentes em Cristo (igreja)

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Uma pequena história do dízimo

DÍZIMO A prática do dízimo (contribuição obrigatória de 10% dos rendimentos) tem uma longa e complexa história na Igreja, e seu uso variou bastante ao longo do tempo, conforme a estrutura religiosa, política e econômica de cada época. Abaixo, uma visão cronológica destacando os períodos em que o dízimo foi praticado e os períodos em que ele não era exigido: 📜 1. Igreja Primitiva (Século I - III) Dízimo não obrigatório Nos primeiros séculos do Cristianismo, a prática do dízimo como obrigação não existia. Os cristãos viviam em comunidades perseguidas e contribuíam de forma voluntária e solidária, muitas vezes compartilhando tudo o que tinham (Atos 2:44-45). A contribuição era vista como um ato de caridade, não como um mandamento legal. 🏛️ 2. Igreja Imperial (Século IV - V) Início da institucionalização do dízimo Com a oficialização do Cristianismo pelo Império Romano (Édito de Milão - 313 d.C. e depois com Teodósio em 380), a Igreja ganhou poder político e começou a organizar-se financeiramente. O dízimo passou a ser recomendado, inspirado no modelo do Antigo Testamento, mas ainda não era imposto obrigatoriamente. 👑 3. Idade Média (Século VI - XV) Dízimo obrigatório (sob autoridade civil e eclesiástica) Durante a Idade Média, especialmente a partir do reinado de Carlos Magno (século VIII), o dízimo se tornou uma obrigação legal nos reinos cristãos europeus. Era cobrado como um imposto estatal em benefício da Igreja, com o apoio das autoridades seculares. O não pagamento podia resultar em sanções legais e espirituais. 🔥 4. Reforma Protestante (Século XVI) Rupturas e revisões do dízimo Com a Reforma, líderes como Martinho Lutero e João Calvino criticaram os abusos da Igreja Católica, mas não necessariamente aboliram o dízimo. Lutero defendeu o apoio à Igreja, mas por meios voluntários. Calvino aceitou o dízimo como necessário para manter a ordem eclesiástica. Algumas igrejas protestantes mantiveram o dízimo, outras passaram a enfatizar a contribuição voluntária. 🏛️ 5. Período Moderno (Século XVII - XIX) Variedade de práticas A obrigatoriedade do dízimo começou a diminuir em muitos países, especialmente onde ocorreu a separação entre Igreja e Estado. Em lugares como Inglaterra, Alemanha e partes da Escandinávia, o dízimo ainda era legalmente exigido. Já nos EUA e em colônias protestantes, a contribuição passou a ser quase sempre voluntária, com ênfase na oferta por convicção. 🌍 6. Igreja Contemporânea (Século XX - XXI) Prática diversificada conforme a denominação Igrejas Católicas não exigem o dízimo como obrigação de 10%, mas incentivam ofertas regulares. Muitas igrejas evangélicas e neopentecostais mantêm o dízimo como um dever espiritual e financeiro. Igrejas protestantes históricas (como presbiterianos, luteranos, metodistas) tendem a tratar o dízimo como um ideal voluntário, não uma obrigação legalista. ✅ Resumo: Períodos com e sem dízimo obrigatório Período Dízimo Obrigatório? Igreja Primitiva (I-III) ❌ Não Igreja Imperial (IV-V) ⚠️ Recomendado, não imposto Idade Média (VI-XV) ✅ Sim Reforma Protestante (XVI) ⚠️ Variável Era Moderna (XVII-XIX) ⚠️ Legal em alguns países Era Contemporânea (XX-XXI) ⚠️ Depende da denominação